sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Hotel Transilvânia 2 | CRÍTICA


Depois de evocar a popularidade dos monstros clássicos do cinema e da literatura, o Hotel Transilvânia deixou de lado o medo de humanos depois que o mochileiro Jonathan conquistou o coração de Mavis, nada mais, nada menos do que a filha única de Drac, o vampiro proprietário do estabelecimento. Sem recorrer à típica tradição das continuações, com suas adições quase-infinitas de novos personagens e tramas mais ousadas, Hotel Transilvânia 2 se apega ao que já construiu bem no seu filme original, mantendo o nível com boas piadinhas.

Na continuação da animação dirigida por Genndy Tartakovsky, com roteiro de Adam Sandler (que dubla o Drac na versão original) e Robert Smigel, a turma de monstros old-school pega na onda (nada inédita) da inclusão digital, particularmente com os computadores e smartphones da Sony, e não são poucas as cenas onde tais produtos aparecem, conectando pai e filha por vídeo-conferências, colocando os monstros para ouvirem músicas atuais entre outras utilidades oferecidas. As criaturas de horror de outrora não assustam mais, elas viraram uma parada pra selfies e remixes de YouTube a partir de um vídeo de um quase-acidente com Dennis, o neto do Drac que é o problema da vez.

Filho mestiço de humano e vampira, e com um cabelo encaracolado, Dennis está demorando para mostrar suas garrinhas vampirescas e isso preocupa seu avô super-protetor que, apesar de tudo, insiste (até encher...) nas tradições. Por isso, o Conde reúne seus defasados amigos Murray (uma múmia), Wayne (lobisomem), Frankenstein e Griffin, o Homem-Invisível, por uma jornada através dos lugares que um dia foram assustadores. Contudo, assim como os programas infantis da TV, tudo se tornou meigo demais e controlado para não oferecer perigos. Enquanto Mavis se diverte com os prazeres humanos da Califórnia em sequências que oferecem um divertimento por vezes melhor que a redundância da caravana de Drac lá na Transilvânia, parece que há algo faltando aí, ou um roteiro que não dependesse de efetuar referências à cultura pop a todo instante para se sustentar.



Salvo pelo terceiro ato que, entre uma ameaça ligeiramente explorada, traz muita ação com bastante divertimento com seu bom uso do 3D, Hotel Transilvânia 2 serve como um caricato museu de todos os monstros icônicos que assustaram gerações no cinema e o quanto é legal ver nomes de atores e (re-) caracterizações de personagens surgindo na tela, justamente para lembrar o quão rico é esse gênero que, assim como o Conde Drácula, ainda disputa a atenção com outra figura famosa que usa um morcego como símbolo. 

Pelo menos, ambos resistem ao tempo e não brilham.




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